Como empresa de desenvolvimento de software temos já um portefólio considerável, com diversas aplicações móveis criadas e bastantes clientes satisfeitos. Mas, tendo em conta que desenvolvemos software à medida, frequentemente surgem novos desafios: Há uns meses uma empresa desafiou-nos a criar um jogo.
O jogo tinha como base incentivar os utilizadores a terem um estilo de vida mais saudável. Desde o início que este foi um projecto aliciante. Primeiro, pelo desafio do jogo em si: criação do conceito, aspecto gráfico (personagens e cenários); Segundo por ser algo que nos colocava à prova; e terceiro e mais importante, pelo impacto positivo que este iria ter na sociedade. E neste post o objectivo não é falar do jogo em si, mas da importância da criação de jogos socialmente responsáveis.
Vivemos numa era onde a tecnologia impera e está cada vez mais desenvolvida. E, os jogos são uma grande oportunidade para ajudar a educar quem os joga, de forma pedagógica. Isso é mais importante do que ser apenas algo criado para puro entretenimento. Hoje, podemos atribuir uma função social aos mesmos.
Um jogo pode, assim, contribuir para aprendizagem e para uma sociedade melhor, desde que seja utilizado de forma adequada e moderada.
Aprendemos que fazer um jogo educativo está, na nossa opinião, um patamar acima de fazer um jogo normal pois existe:
A tecnologia é uma excelente forma de transmitir conhecimento, de uma forma simples e construtiva. Assim, a transmissão de informação e conhecimentos que permitam a alteração de comportamentos e atitudes, podem ser incluídas nos jogos.
No caso do jogo que desenvolvemos para o cliente, os utilizadores eram alertados para a importância de uma alimentação saudável, bem como fazer exercício físico.
Muitas vezes, quando os jogos não têm uma vertente didáctica, mas apenas ao nível do entretenimento, perdem uma oportunidade para acrescentar mais valor a quem o joga. Além disso, um jogo, ao ser pensado com uma vertente educativa, vai ter tendência a não ser violento, evitando uma das críticas feitas, frequentemente, à indústria de videojogos.
O objectivo de um jogo didáctico, não é fazer com que as pessoas passem lá o tempo todo, mas sim fazer com que as pessoas tenham vontade de aprender, mas com algumas regras. Muitos jogos utilizam sistemas de espera forçada, que faz com que o utilizador dedique tempo a fazer outras coisas, tendo que esperar que o jogo se desbloqueie para poder voltar a jogar. Isto faz com que as pessoas desfrutem do jogo, mas ao mesmo tempo não joguem em demasia evitando fazer com que as pessoas fiquem viciadas e percam foco das tarefas do dia-a-dia. Mesmo que o jogo não seja educativo, talvez este aspecto devesse ser mais tido em consideração.
Para além disso, alguns jogos, como o que desenvolvemos, atribuem missões que fazem com que as pessoas tenham de se mexer. E, com isso, as pessoas fazem exercício físico, promovendo um equilíbrio entre a vida online e offline.
Criar um jogo é, assim, um desafio interessante, que adoramos superar. Mas acima de tudo, perceber a importância de incluir algo educativo torna-se, ainda, mais importante. Por isso, quando pensarem em desenvolver um jogo todos podem (e devem) perguntar-se. Estou a contribuir para criar algo que acrescente valor ao conhecimento e contribua para o crescimento do utilizador?
Pedro Silva, Setup Tech