Vamos imaginar um cenário digno de um filme: e, se de repente aparecesse um vírus, causador de uma doença, que todos tinham medo de contrair, onde toda a gente tinha de ficar em casa por recomedação do governo e da Organização Mundial de Saúde (OMS). E uma das armas para combater as suas implicações na sociedade, segundo políticos e sociólogos, fosse o teletrabalho.
O cenário digno de um filme é real. E o teletrabalho (ou trabalho à distância) pode sim, ser uma solução para manter parte das pessoas e da economia a funcionar temporariamente, enquanto todos fazemos a nossa parte para mitigar o problema. Neste artigo explicamos o que é o dito teletrabalho (como empresa de desenvolvimento de software e marketing digital estamos habituados a isso), e como fazer para que este corra da melhor forma possível.
Teletrabalho é trabalhar à distância. Não soa tão cool como trabalhar remotamente (que é uma versão que apela para a ideia de estar num sítio fixe em qualquer parte do mundo), mas é basicamente a mesma coisa.
Depende. O trabalho de um operário têxtil ou de um cabeleireiro dificilmente terá alguma componente onde o teletrabalho poderá ser uma opção. Mas em determinadas áreas, como programação, marketing digital, serviços administrativos, engenharia de projectos ou arquitetura, por exemplo, o teletrabalho é uma realidade que pode ser aplicada, de forma total ou parcial e é, em muitos casos, já utilizada pelas empresas, o que lhes permite ter talento de todo o mundo, dispensando a parte presencial.
Um dos maiores desafios do teletrabalho é o foco. Especialmente para pessoas que têm muito a acontecer na sua casa: O filho grita, o conjugue chama, a televisão parece chamar também, e há sempre tanto para limpar. O teletrabalho exige muita disciplina e concetração e simplesmente muita gente acaba por perder a capacidade produtiva por isso.
As pessoas, quando partilham um espaço físico, acabam por ser conhecer melhor e criar relações de trabalho que, muitas vezes, acabam por se tornar uma vantagem nos negócios. Nos casos de teletrabalho, esta dinâmica é diferente. Sim, fala-se todos os dias, mas acaba por ser diferente (o que, dependendo das pessoas, até pode ser positivo.
A dificuldade torna-se, muitas vezes, saber estabelecer objetivos de trabalho para avaliar a pessoa por teletrabalho. Ainda existe a ideia que quem trabalha muitas horas (ou entra mais cedo e sai mais tarde) é que é quem é um bom trabalhador e isso é muitas vezes a base orientadora da avaliação - em vez de o foco estar na produtividade. E assim, para muitos patrões, torna-se difícil esta questão do teletrabalho.
Quanto gasta a deslocar-se todos os dias para o seu trabalho? Entre gasolina e desgaste da viatura ou valor do passe, e dinheiro que pode poupar na hora de almoço, no caso de estar em casa, muitas vezes falamos de centenas de euros.
O seu tempo quanto vale. Quantas horas ganharia por dia, para fazer outras coisas, se excluísse o tempo de ida e volta para o trabalho? Esse é o tempo que têm a mais as pessoas que trabalham diariamente a partir das suas casas.
Imagine que tinha flexibilidade para gerir o seu dia em função do trabalho e das suas obrigações. Trabalha melhor à noite? Ok, então pode sair de dia (aplicável a trabalhadores que não interagem com o público) e trabalhar à noite. Desde que apareça bem feito, no prazo definido, é o que conta.
Se trabalhar neste sistema, pode gerir o seu tempo a seu favor, aproveitando as oportunidades existentes.
O teletrabalho pode permitir-lhe oferecer os seus serviços para empresas em diversas partes do globo, aumentando o leque de oportunidades e, consequentemente, valorizando o seu trabalho.
Se souber para onde está a ir, já sabe o mais importante. Assim, vai conseguir manter o foco, avaliar a progressão, e avançar com o seu trabalho.
Muitas vezes, em ambientes colaborativos presenciais, é fácil obter-se feedback quase em tempo real, ou gerir em tempo real (calma que, para gestores remotos, era preciso outro artigo). Remotamente, acaba por ser mais complicado, e exige proatividade suplementar por parte dos dois, colaboradores e gestores (para não se chegar ao fim do trabalho, e perceber-se que se andou a perder tempo). Daí que as explicações iniciais do trabalho, bem como a proatividade na obtenção de feedback, sejam áreas importantes no teletrabalho.
Marcar reuniões com antecedência permite-lhe conseguir gerir melhor o seu horário. As reuniões por teletrabalho também têm algumas vantagens, se souber como as tornar rápidas e ir diretamente ao ponto.
Mesmo que o seu trabalho não exija horários, marque algumas horas em que está presente ou disponível para esclarecimento de dúvidas a colegas. Assim, será uma oportunidade para trocar impressões para alinhar ideias e chegar a melhores resultados.
O teletrabalho pode ser uma grande vantagem para colaboradores e para empresas, em particular quando existe responsabilidade e compromisso. Reduz custos, e pode por vezes tornar-se mais eficaz e flexível do que o trabalho normal. No entanto, a eficácia do método depende, quer do compromisso existente, quer da capacidade para organizar o trabalho, em particular quando falamos de equipas extensas.
Muitas empresas combinam períodos de teletrabalho com trabalho presencial, o que permite ter o melhor dos dois mundos. e na sua empresa, como funciona?